A beleza está nas “flores que nascem do cimento”. Assi nace Cas Berlai.
Este trabalho medra no confinamento vivido na aldeia. Com todo o bom de estar aquí nestes momentos (e também noutros, claro). Sem esquecer as casas a meio construir no rural galego. Casas que som esqueleto de formigom (como prelúdios de ilusons rotas).
Cas Berlai é um canto à rutina, à beleza do quotidiano. Neste disco cada cançom converte-se num espaço da casa.
“É o meu pai, que já nom está “No espelho”; som as rupturas dos amores que nos tronçarom na “A lista da compra -da viúva-“ (poema de Emma Pedreira galardoado com o Premio Poesía Jovellanos ao Mejor Poema del Mundo); é o amor e o presente “Na cama”; é o meu TDAH “No corredor”; som as festas que montamos com os fantasmas que nos visitam “Na sala”; som as minhas merdas “No water”, som as minhas…”
Cas Berlai foi composto e gravado quase na sua totalidade no confinamento e sem ver-se entre os músicos. E asi soa: acústico, feito na casa. Contrabaixo, guitarra acústica, piano, batería e até uns kazoos (feitos de restos plásticos) convertidos aqui nos ventos do disco.